Tuesday 14 October 2014

Mensagem Alusiva ao Dia da Paz




 



MUNICÍPIO DE QUELIMANE
CONSELHO MUNICIPAL
PRESIDENTE
AV. Josina Machel nº558, Caixa Postal nº 68, telefax: +24213218, email: cmcqgp@gmail.com- Cidade de Quelimane

MENSAGEM POR OCASIÃO DO DIA DA PAZ
Quelimane Hoyeeeee! (3X)
Achuwabo Akalewo! (3X)
Elabo edji djaani? Djeewu! Onthonga baani? Onthonga diiyo! (3X)

Meus irmãos, minhas irmãs, Caros Munícipes da Cidade de Quelimane, amigos, companheiros e compatriotas moçambicanos!
Num dia como hoje, ha 22 anos em Roma, capital da Italia, e sob os auspicios da Comunidade Santo Egidio e do Governo Italiano, os mocambicanos representados por Joaquim Alberto Chissano e Afonso Macacho Marceta Dhlakama, assinavam os Acordos de Paz de Roma! Foi um marco historico  indelevel na historia da nossa jovem Republica! Um dia que so se pode igualar ao 25 de Junho de 1975, porque neste dia a patria mocambicana, se reencontrou depois de 16 anos de desencontros! Os mocambicanos, nesta data, decidiram mostrar a si mesmos, ao mundo inteiro e a Deus que deixavam para traz aquilo que os dividia e comecam por trilhar juntos e de maos dadas o caminho da PAZ, da Concordia, do Dialogo, do Pluralismo, do Amor e da Democracia! Os mocambicanos conseguiram provar que a PAZ era o bem supremo que todos almejavam!

Bem hajam Joaquim Alberto Chissano e Afonso Dhlakama por terem compreendido que os interesses dos seus movimentos ou partidos nao poderiam sobrepor-se aos interesses do povo mocambicano! Bem haja estes dois irmaos que souberam engolir os orgulhos de seus partidos e das suas alas duras para celebrar a PAZ! A estes dois compatriotas nossos fica aqui a nossa eterna divida e gratidao!  A todos aqueles que lutaram, sacrificaram suas vidas para que Mocambique fosse livre e democratica pedimos um minuto de silencio!

Infelizmente os cidadaos, Armando Emilio Guebuza, na sua qualidade de Presidente da Republica e Comandante em Chefe das Forcas de Defesa e Seguranca e Filipe Jacinto Nyussi, na qualidade de Ministro da Defesa violando a Constituicao da Republica, ‘declararam’ uma guerra ilegal contra o povo mocambicano, deitando para o lixo os entendimentos de Roma, esquecendo-se das celebres palavras de Winston Churchill ‘Jamais, jamais, jamais se deve acreditar que uma guerra sera simples e facil ou que quem embarca nessa estranha aventura e capaz de avaliar com antecendecia os ventos e as tempestades que encontrara pelo caminho. O homem de Estado que cede a febre da guerra deve saber que, uma vez dado o sinal, deixa de ser o senhor da politica a ser seguida, para se tornar escravo dos acontecimentos imprevistos e incontrolaveis’ (apud Barber, 2003, Riccardi:2008).
Voltamos a ouvir o ruir das armas, deixamos de poder viajar sem colunas, deixamos de poder comercializar sem medo, e mocambicanos voltaram a matar-se entre eles! Porque? Porque e que Mocambique voltou a guerra? Voltamos a guerra porque o ‘espirito de Roma’ nao foi regado! Voltamos a guerra porque a paz que plantamos nao foi regada pela justica, pela igualdade de oportunidades e de direitos! A paz que plantamos em Roma murchou e no seu lugar nasceu mais uma guerra, a A Guerra do Nyussi! Uma guerra que se alimentou do sangue de mocambicanos! Uma guerra que destruiu a nossa economia! Uma guerra que criou odios, separou familias, queimou viaturas, destruiu mercadorias e colocou mocambique no mapa dos pais nao seguros! Que licoes tiramos desta guerra para que nunca mais nossos filhos voltem a ouvir o ruir das armas? Como diria Mandela “Never, never and never again shall it be that this beautiful land will again experience the oppression of one by another.
Volvidos 22 anos da Assinatura dos Acordos de Paz e quando faltam apenas 09 dias para a realização daquelas que serão as Quintas Eleições Presidenciais e Legislativas e as segundas Eleições para as Assembleias Provinciais, apraz-nos, a oportunidade que temos de juntos celebrarmos e reflectirmos o sentido e significado do dia 04 de Outubro, entendido por nós como sendo o dia da Paz, dia da Reconciliação, dia da Concórdia, dia da Fraternidade, dia do Perdão e dia do Amor entre os moçambicanos. As eleições que vamos realizar no próximo dia 15 de Outubro, fazem parte dos princípios e valores consagrados a luz dos protocolos que corporizaram os Acordos Gerais de PAZ de 1992.
Por isso, meus irmãos, o dia da Paz é sem dúvida o dia em que a nossa história reconheceu e aceitou atribuir o devido valor os progressos alcançados na nossa luta pela Democracia, pela Paz, pela Reconciliação e pela Concórdia entre os Moçambicanos. A data que hoje celebramos só foi possível porque milhares e milhares de moçambicanas e moçambicanos, logo na primeira hora, não aceitaram que este povo que hoje está aqui presente tivesse uma vida degradante e vivesse a humilhação de um regime autoritário, totalitário, marxista e leninista, que apesar de ter desabado em quase todo o mundo ainda continua moribundo, caduco e desprezível, por não ter proporcionado para os moçambicanos os mais almejados valores da liberdade, da igualdade, da justiça, da fraternidade. A violência, a injustiça praticada aos moçambicanos fazem com que hoje Moçambique seja um país com índices baixos de desenvolvimento e do crescimento humano.  A pergunta que poderiamos fazer e muito simples: onde estaria Mocambique se tivessemos adoptado a democracia em 1975? Estariamos onde estamos hoje, na cauda de quase todos os indices de desenvolvimento? Teriamos as taxas de mortalidade que temos hoje?
Por isso, meus irmãos e minhas irmãs. Meus pais e minhas mães. Hoje e o dia dedicado a reflexao sobre a paz! Nas nossas residencias, na nossa comunidade, nos nossos locais de trabalho e de lazer, precisamos trazer o verdadeiro sentido do dia 04 de Outubro, que para nos surge profundamente associado a uma segunda libertação do País. Sim segunda porque a primeira libertacao foi sol de pouca dura! Mocambique e os mocambicanos ganharam a sua independencia do jugo colonial em Junho de 1975, e dois anos depois, em 1977, um punhado de compatriotas nossos expurgaram o conteudo libertario dessa independencia, instaurando o sistema de partido unico, tornando quase nulo o espirito e conteudo libertario de 1964! A negacao dos direitos fundamentais do homem foi um golpe duro no ideario da libertacao e da liberdade! Esta negacao aprisionou a terra e os homens, declarando a terra propriedade do estado e por essa via de alguns,  desprovendo os mocambicanos de qualquer direito real sobre a terra e entanto que pessoas humanas!
Como dizia a mensagem dos antigos combatentes lida na Praca dos Herois na Cidade de Quelimane, no dia 25 de setembro de 2014, ‘Nao se pode falar de liberdade sem justica’! E a nossa ‘liberdade’, a liberdade de 1975 estava desprovida e foi expurgada de justica! .. nao sendo por consequencia ‘liberdade’!

Ao libertar a terra e os homens, para depois aprisiona-los, um punhado de compatriotas nossos substituiu literalmente os colonos, colonizando seu proprio povo, coisificando as conquistas populares e privatizando o Estado!


Como dizia Amartya Sen o ‘desenvolvimento deve ser visto como liberdade’ e a nosso ver tambem a liberdade deve ser vista como desenvolvimento’ ou seja como o direito de poder fazer escolhas! Quando as escolhas sao inexistentes ou sao limitadas entao nao estamos em liberdade! De facto, quando em 1977, o direito de fazer escolhas foi limitado e um sistema de partido unico imposto, um punhado de compatriotas nossos ‘deslibertou’ a patria,  traindo os ideais de Mondlane, Simango, Magaia, Casal Ribeiro, Kankomba, Josina, Gwambe’ e outros que de facto sonhavam com a ‘Libertacao Efectiva da Terra e os Homens’!
Por isso, queremos uma vez mais reafirmar que encontramos no significado desta data dois elementos fundamentais que devem ser partilhados.
O primeiro elemento que encontramos e deveremos valorizar este associado ao reconhecimento de que aquela Paz (a Paz 1992) foi alcançada entre os Moçambicanos e o Estado pós-Independência. O Estado pós-Independência opôs aos interesses de muitos moçambicanos que lutavam em favor de um País mais independente, mais democrático, mais livre, melhor governado onde as nossas tradições, as nossas culturas, as nossas religiões, as nossas crianças e as nossas esposas fossem respeitadas. Este desejo dos moçambicanos foi frustrado no momento em que o Estado negou a igreja, negou as mesquitas, ou as religiões e as tradições dos moçambicanos. O dia 04 de Outubro é o dia da vitória do reconhecimento dos valores religiosos. É a vitória do reconhecimento das nossas etnias. Esta data, criou as condições para uma verdadeira independência dos moçambicanos.
O segundo elemento que trazemos para valorizar esta data é o reconhecimento de que a Paz que hoje celebramos foi alcançada entre os cidadãos e as instituições centralizadoras, militares e policiais do Estado. Estas instituições, meus irmãos, são aquelas que depois da primeira independência, em 1975 não protegeram a vida dos cidadãos moçambicanos. Estas instituições são aqueles que institucionalizaram a prisão e a violação das liberdades e propriedades dos moçambicanos. Por isso, o dia 04 de Outubro é o dia da vitória contra a tortura, a victória contra os fuzilamentos, contra os centros de reeducação, contra a brutalidade das chambocada nos grupos dinamizadores e nas localidades. Não esqueçamos que antes da assinatura dos protocolos que corporizaram os Acordos Gerais de PAZ, não tínhamos a televisão, e só escutávamos a rádio Xirico. Talvez fosse por isso a razão porque o Estado oferecia aos moçambicanos o teatro da pena de morte ou fuzilamentos no qual eramos chamados para assistir em pleno dia e a luz do sol. O dia 04 de Outubro é o dia da vitória contra os fuzilamentos e contra a pena de morte. Por isso, a Paz que celebramos hoje é a manifestação da reconciliação que os moçambicanos têm com relação aos abusos e violações praticadas pelo Estado no período compreendido entre 1975-1992.
Celebramos hoje o fim do comunismo selvagem e anárquico. Celebramos hoje o fim de uma utopia de um regime moribundo que neste momento encontra-se em decadência, por isso, tende a tornar-se mais bravo, mais raivoso e mais tinhoso e mais canino dado o estágio de agonia em que se encontram por que hoje o povo já canta basta! Basta! O bárbaro assassinato do jovem músico Max Love em frente a casa do Senhor Governador da Zambézia, no dia 21 de Novembro de 2013, cujo caso encontra-se na justiça, é mais facto que apesar da PAZ assinada em 1992, existe um regime político que ainda não entendeu o verdadeiro sentido da palavra e do espirito da Paz.

Quelimane Hoyeeeee! (3X)
Achuwabo Akalewo!e! (3X)
Elabo edji djaani? Djeewu! Onthonga baani? Onthonga diiyo! (3X)
Meus irmãos, minhas irmãs, Caros Munícipes da Cidade de Quelimane, amigos, companheiros e compatriotas moçambicanos! 
No momento em que celebramos o dia da Paz, precisamos de recorrer e suportarmo-nos nos ensinamentos religiosos para dizermos: Perdoais ó Nosso Deus todos aqueles que neste célebre palco não aceitaram que somos um povo com muito orgulho de sermos oque hoje somos. Perdoais ó Nosso Deus todos aqueles que neste célebre palco não se pouparam ao afirmarem que nós ZAMBEZIANO, TEMOS CABEÇA DE GALINHA! Perdoais ó Nosso Deus todos aqueles que neste célebre palco não pouparam a nossa juventude que vive o dia-a-dia preocupada na busca incessante das melhores condições de vida. Sem dó nem piedade, meu Senhor, perdoais aqueles que não querem resolver a preocupação da Juventude e afirmam que POBREZA ESTA NAS CABEÇAS destes maravilhosos jovens. A cabeça destas lindas Senhoras, a cabeça destes Idosos, a cabeça dos Professores, Enfermeiros, Camponeses, Operários, vivendo no campo e na cidade, no litoral e no interior, esta cheia de inteligência, de iniciativas, de criatividade, de força e de vontade para estudar e trabalhar. Estes jovens não têm cabeças de galinha. Estes jovens não têm pobreza na cabeça.
Jesus, filho de Deus também perdoou os indigentes. Por isso, Ó Nosso Deus, pedimos para que perdoes este indigente que recusando os esforços desenvolvidos em favor da descentralização, das reformas do estado, da Paz e da Reconciliação veio a nossa casa para dizer: O Município de Quelimane é uma Dependência. Que a Localidade de Maquival é um pedaço. Que a Madal é um pedaço. Perdoai Senhor este mendigo espiritual de administrador! Perdoai Senhor este miserável espiritual administrador. 
Quelimane Weyeeeee! (3X)
Achuwabo weyeeeeee! (3X) 
Digam meus irmãos: Vocês acreditam que O Município de Quelimane é uma Dependência do Administrador?
Vocês acreditam que os nossos irmãos de Maquival são num pedaço da Casa do Administrador?
Vocês acreditam que os nossos irmãos que a Madal é um pedaço da Casa do Administrador?


Quelimane Hoyeeeee! (3X)
Achuwabo Hoyeeeeee! (3X)
Elabo edji djaani? Djeewu! Onthonga baani? Onthonga diiyo! (3X)
Meus irmãos, minhas irmãs, Caros Munícipes da Cidade de Quelimane, amigos, companheiros e compatriotas moçambicanos! 
Para resumir, porque o tempo é muito pouco, deixem-me dizer que o dia 04 de Outubro, o dia da Paz é o dia da Victória contra as políticas de desenvolvimento desajustadas aos interesses mais gerais da população moçambicana. Esta data, é a data da Victória de uma luta contra a tirania que o estado impos a certos grupos populacionais, tribais, étnicos, culturais, religiosas e muito mais. O 04 de Outubro, o dia da Paz é o dia da vitória da desastrosa experiência das aldeias comunais, da operação produção, das cooperativas de consumo, das machambas do povo e a coletivização do campo, dos centros de redução que se transformavam em verdadeiros espaços de destruição da dignidade humana, agravados ainda com a pena de morte muito bem escrita no quadro constitucional! Por isso, o dia 04 de Outubro, o dia da Paz é um verdadeiro dia da independência dos Moçambicanos.

Este é um dia em que mostramos a nossa capacidade de valorizar a Paz e Reconciliação entre os moçambicanos. Este é sem dúvida um dia em que demonstramos a nossa capacidade de perdoarmos e aceitarmos conviver em um ambiente em que somos diferentes e divergentes, mas reservamo-nos ao respeito, a tolerância, a aceitação de todos. Meus irmãos, o valor da Paz que hoje celebramos chama a cada um de nós a importância de sabermos perdoar mutuamente.

Por isso, como Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane, quero vos pedir meus irmãos. Perdoem aqueles que desfilaram neste pódio para provar que são, sob ponto de vista de espirito, uns verdadeiros administradores analfabetos! Perdoai-os meu Senhor Deus. Perdoais aqueles que sob ponto de vista de espirito provaram serem verdadeiros ignorantes ao serviço do Povo de Quelimane.
Meus irmãos, perdoem aqueles que não conhecem o valor sublime da descentralização, da municipalização e das Reformas que estamos fazendo em prol do interesse dos munícipes desta cidade.
Meus irmãos, inspirem-se em Jesus Cristo, Filho de Deus, no Profeta Mahomed e muitos outros misericordiosos que outrora disseram: Perdoe-lhes, Ó Nosso Senhor! Eles são analfabetos, ignorantes e corruptos! Eles não sabem o que dizem. Por isso, vamos perdoa-los.
Quelimane Weyeeeee! (3X)
Achuwabo weyeeeeee! (3X)

Meus irmão, minhas irmãs, Caros Munícipes da Cidade de Quelimane, amigos, companheiros e compatriotas moçambicanos! 
Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, amigos, moçambicanos e moçambicanas, companheiros, companheiras residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane,   
A PAZ que hoje celebramos, meus irmãos e minhas irmãs, não é o monopólio de nenhum dos partidos políticos. A PAZ que hoje celebramos é um bem público como o oxigénio que alimenta os homens de todo o mundo e transcorre as nossas veias mantendo a nossa sublime existência e convivência sempre activa. Sendo a PAZ um bem público, que pertence a cada um de nós, então cabe-nos agir em prol da manutenção, da preservação e da consolidação da PAZ. A irmandade, a fraternidade, o respeito pela vida humana, o amor ao próximo e o amor ao trabalho, a dignidade humana, a justiça (que depois da independência nos foram proibidas), são só para mencionar alguns, impulsos doutrinais que nós Munícipes da Cidade de Quelimane, nós Moçambicanos, devemos cultivar de forma persistente para manter a PAZ e a concórdia.

Caras Munícipes da Cidade de Quelimane,
Caros Munícipes da Cidade de Quelimane,
Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, Irmãos, amigos, moçambicanos e moçambicanas residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane,  
Minhas Senhoras e Meus Senhores, Minhas Mães, Meus Paes, Irmãs e Irmão,
Ao celebrarmos 22 anos depois da assinatura dos Acordos de Paz reconhecemos que, a guerra, a arrogância, a corrupção, a intolerância, a brutalidade e a ganância, comprometem os princípios que se tinham salvaguardado nos protocolos que corporizam o Acordo geral de Paz. Por isso, o antídoto recomendado para preservarmos a PAZ e assegurarmos o funcionamento de um Estado Moderno de Direito Democrático que nos propusemos consolidar a partir de 1992, só pode ser encontrado nas políticas económicas e sociais que podem colocar todos moçambicanos no centro da agenda nacional. Dai, deriva o nosso lema MOÇAMBIQUE PARA TODOS.
Uma boa administração deste lema já foi experimentada e está dando sucessos que todos temos verificado. Porque estamos tendo sucesso com a implementação do nosso lema, MOÇAMBIQUE PARA TODOS, hoje vivemos em uma cidade muito melhor que aquela que encontramos à 3 anos atrás: cheia de ratos, cheia de buracos, cheia de lixo, cheia de corruptos. Ao nível do nosso município combatemos estes males por isso, queremos que o nosso estilo de governação transparente seja implementado em todo o país para que os moçambicanos usufruam do bem-estar, da desenvolvimento e do crescimento.
Neste sentido, meus irmãos, reafirmamos que a consolidação da PAZ em Moçambique passa necessariamente por uma política social justa que não favoreça, unicamente, àqueles que estão situados mais próximos do raio do poder. Isto significa que nós
Neste sentido, meus irmãos, ao reafirmarmos o nosso compromisso com a PAZ, não queremos que o processo de distribuição da renda satisfaça uma pequena elite política minoritária que detém forte apoio dos militares e da polícia e dela se servem para, de forma desenfreada defenderem, de forma injusta, os seus interesses privados.
Ao reafirmarmos o nosso compromisso com a PAZ queremos dedicam as suas energias em prol do bem-estar colectivo dos moçambicanos e das moçambicanas do campo e da cidade, do litoral e do interior.
Tudo isto pode, e deve ser possível, desde que os moçambicanos, juntos, com humildade, sabedoria e inteligência, procurem e encontrem os caminhos efectivos da PAZ e da estabilidade do País. Por isso, Caras Munícipes da Cidade de Quelimane, Caros Munícipes da Cidade de Quelimane, Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, Irmãos, amigos, moçambicanos e moçambicanas residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane, para jogarmos um papel importante e para consolidarmos a PAZ vamos TODOS votar nas Eleições Presidenciais e Legislativas e das Assembleias Provinciais marcadas para o dia 15 de Outubro.
Caros Municipes de Quelimane! Prezados irmaos zambezianos e amigos da Zambezia!
Ate hoje, dia 4 de Outubro, passaram ja 36 dias de campanha eleitoral, faltando 9 dias para o derradeiro dia em que escolheremos os novcos dirigentes do nosso pais. Durante esta jornada, percorremos a provincia da Zambezia e não so de lés a lés, por terra, rio e mar. Entramos em contacto com os moçambicanos do norte, do centro e do sul da Zambezia. Percorremos a zona do litoral, e do interior. Galgamos montanhas e montes! Vales e planicies! Cruzamo rios, mares, pontes mal construídas, estradas degradadas, edifícios escolares, hospitalares destruídos e centros comerciais desalojados. Encontramos crianças com subnutricao crónica, com kwashiorcor, malária, desinteria e outras doenças degradantes! Ouvimos, sentimos e vivemos a tristeza de um povo humilde que a mais de 39 anos vive chorando de tristeza porque a as expectativas que tinham de que a independência deste país traria o bem-estar, nunca mais chegou, ate aos dias de hoje. Percorremos por terra e não pelo ar a provincia toda! Nos edificios magestaticos  da Companhia Sena Sugar  States no Luabo, da Companhia do Cha Tacuane em Lugela, da Emocha no Gurue, nas Unidades de Producao, em Lioma, em Marropino vimos e imaginamos o que fora a Zambezia dos nossos pais e sentimos as feridas deixadas pela guerra fratricida no solo Zambeziano! A partir destes edificios que testemunham o passado glorioso da Zambezia, compreendemos o porque do orgulho zambeziano e quica o porque do ódio que alguns nutrem por nos! Sentimos as dificuldades que este povo vive injustamente. Tivemos a oportunidade de conversar, acarinhar e transmitir a mensagem de esperança e de um futuro risonho para todos moçambicanos. Entretanto, a mensagem de esperança precisa de ser materializada através do voto popular orientado em favor da mudança. Este e o compromisso do povo moçambicano e zambeziano.    
Mostramos aos moçambicanos e aos zambezianos que existe um grande risco de votarem pela continuidade da pobreza e das injustiças que perduraram os 39 anos. Para isso, precisamos de recordar a história triste que este povo humilde esteve sujeito e privado dos direitos fundamentais, incluindo a própria vida humana e as condiçoes elementares da sua existencia. Mostramos aos moçambicanos que as políticas de desenvolvimento deste país nunca foram desenhadas em prol do interesse do povo, mas sim para satisfazer uma elite violenta, preguiçosa, predadora e esvaziada do sentido e do valor do amor ao povo. Por isso, nada justifica que depois de 39 anos de independência, Moçambique continue sendo dos países mais pobres do mundo. Moçambique deixou de ser rico, por causa de uma elite que se comportou de forma sanguessuga e predadora.
O País tem riqueza suficiente que garante o bem-estar do seu povo. Temos um povo forte e inteligente para trabalhar a terra e explorar a sua riqueza para proveito próprio. Temos tudo, que não precisamos de esperar 39 anos por baixo das patas rugosas de uma elite irresponsavel, sem carinho, e muito menos amor pelo povo. A existência de uma elite predadora e sanguessuga absorveram toda força, inteligência e capacidade do povo moçambicano, por isso, hoje somos um dos povos mais pobres do mundo.
Durante a nossa campanha eleitoral mostramos que temos uma única opção para nos libertarmos da escravidão e da miséria que nos sujeitaram.

Neste dia em que reflectimos sobre a paz no nosso pais, queremos reiterar que a opção da nossa salvaçãoe da preservacao da paz esta no voto que deveremos depositar no Movimento Democrático de Moçambique, MDM e no seu candidato, o Engenheiro Daviz Mbepo Simango. Temos varias razões para depositarmos o nosso voto nesta Opção da PAZ:
  1. Primeiro, nos últimos dez anos a província da Zambézia foi a qu­e apresentou taxas elevadas de mortalidade neo-natal (37, sendo a segunda pior do pais), pôs-neonatal (58, a pior do pais), infantil (95, a pior do pais), juvenil (53, a pior do pais) e infanto-juvenil (142, a pior do pais). Ao nível nacional, a província da Zambézia e aquela onde mais crianças morrem antes de atingir os cinco anos de idade (91,9), contra 51,8 na Cidade do Maputo e 61,7 na Provincia do Maputo. Em relação a estes dados, a província da Zambézia esteve pior quando comparada com as províncias de Niassa, Gaza e Sofala. A esperança de vida do Zambeziano ­e das mais baixas do país (54,4) contra 58,5 na Cidade do Maputo e 57,7 na Provincia do Maputo!. Isto e, o individuo que nasce na Zambézia esta sujeito ao risco de viver menos anos de vida do que aquele que nascer em Maputo, em Niassa, em Tete ou mesmo em Nampula. Se um governo manteve-se no poder durante 39 anos e não conseguiu evitar este cenário triste, precisa de ser dispensado para permitir que Movimento Democrático de Moçambique, MDM e no seu potencial candidato vencedor, proporcionem aos Zambezianos uma vida mais digna e de esperança que a muito almejamos. Se em 35 anos nao conseguiram mudar este cenario conseguiram muda-lo em 5 anos?
  2. Segundo, os dados do governo revelam que os níveis de analfabetismo na província da Zambézia são elevados. De acordo com os dados do governo, temos 58,4% de pessoas que não sabem ler e nem escrever. Esta taxa de analfabetismo ­e das piores quando comparada com muitas outras províncias do país.  
  3. Terceiro, somos o segundo maior círculo eleitoral, definido com base no tamanho da nossa população (mais de 4 milhoes e mio de habitantes sem contar com os milhares que pululam nos mercados do Goto, estrela, Belenenses). Entretanto, somos uma das províncias com menos unidades hospitalares, menos unidades escolares e menos estradas alcatroadas. Sendo a província mais populosa com mais de 4 milhoes de habitantes, temos somente 186 médicos! Que paradoxo! Afinal onde ha mais gente nao e onde deveria haver mais medicos? Entretanto, a província de Maputo, por exemplo, com menos população, com menos de 2 milhoes de habitantes,  tem 210 médicos!. Por isso, o rácio entre população/pessoal de saúde com formação superior e tres a quatro vezes mais elevado na Zambézia do que em Maputo ou em Sofala. Ou seja, enquanto na Zambezia um medico esta para mais de 23.000 pessoas, há províncias em que um medico esta para 6.000 ou 8.000 pessoas! Três vezes mais do que em Gaza, duas vezes mais do que em Inhambane. Estes dados mostram que a província da Zambézia foi sempre relegada para um plano secundário e marginalizada. E como se isto não bastasse, a Zambezia e a provincia que menos Orçamento do Estado recebe em quase todas as áreas e principalmente na área da saúde (Unicef 2012)!            
  4. Quarto, os dados oficiais que estamos apresentando, foram publicados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) mostram que a Zambézia e a província que menos se beneficiou das políticas adoptadas no período pos-independencia. Ela foi proibida o desenvolvimento, o crescimento económico e social. A Província da Zambézia foi das que mais sofreu os efeitos negativos das políticas de desenvolvimento adoptadas neste país. O Plano Perspectivo Indicativo (PPI) serviu simplesmente para fazer falir as grandes empresas que outrora fizeram funcionar a economia desta província. Aquele pseudo projecto desenvolvimentista, adoptado no período pos-independencia, serviu simplesmente para fazer falir as companhias da Boror, Cha Tacuane em Lugela, Madal, Sococo, Facoza, Companhia da Zambezia e muitas outras. Hoje somos a província com mais números de desempregados. Muitos dos nossos irmãos perderam a esperança de viver, e estão nos mercados de Xipamanine, Estrela, Goto e muitos outros locais vendendo amendoim, roupa e outras quinquilharias. O sonho da fabrica têxtil de Mocuba, continua uma miragem!
  5. Quinta, a Zambézia foi excluída do processo de desenvolvimento nacional. O ambicioso projecto de construção da fábrica têxteis de Mocuba nunca funcionou na Zambézia porque não quiseram que os jovens desta província fossem lá trabalhar e garantirem as condições da sua existência. Temos condições para acolher grandes empreendimentos, mas não nos deixam beneficiarmos deles. As grandes empresas como a Mozal, Anadarco, a Sasol, que oferecem melhores condições de emprego não são enviadas para Zambézia e não empregam zambezianos. Já nos anos 1960 empresas como a Gulf Oil e outras faziam prospeccao de petroleo na Zambezia! Porque não se faz a prospeccao de gás e petroleo no Chinde, Luabo, Micaune, Inhassunge? O actual governo não sabe que há petroleo e gás a menos de mil metros de profundidade na Zambezia?
  6. Sexto, a Zambézia e foi a provincia que mais sofreu dos efeitos da guerra dos 16 anos, uma província martirizada pelo regime político por isso, não tem infra-estruturas que possam viabilizar o seu desenvolvimento económico e social. Os caminhos-de-ferro que ligavam a Zambézia a partir de Quelimane via Mocuba com os restantes distritos e postos administrativos foram todos eles destruídos e o ferro vendido ao desbarato para beneficio de pessoas conhecidas do partido no poder!. Parte daquela infra-estrutura ferroviária foi privatizada em favor de uma elite política que nunca esteve interessada com o desenvolvimento da Zambézia. Para esta província foram enviados MIGs 17 e 21,  os piores caça bombardeiros, as piores minas e bombas de destruição em massa. Houve um posicionamento premeditado para destruir a Zambézia, matar e eliminar o seu povo que dizimaram a milhares de compatriotas nossos. O famigerado Programa de Reabilitação Económica e Social lançou para o desemprego mais de 80 por cento da população da Zambézia. Isto agravou a pobreza nos moçambicanos. 
  7. Sétimo, encontramos em diferentes momentos, evidencias de que os moçambicanos, os zambezianos sofreram de forma impiedosa os efeitos das políticas desajustadas e inapropriadas. Aos olhos de qualquer cidadão, não se justifica que a Zambézia seja feita refém porque temos de tudo para consumirmos e exportarmos para os outros povos. Vejam, caro compatriota que durante os anos 70, a Zambézia foi a província que mais contribuiu para a economia deste país. A economia desta província, chegou mesmo a contribuir com mais de 40% do Produto Interno Bruto do país. Esta contribuição resultava do desenvolvimento do sector comercial, da produção do algodão, das oleaginosas cujo vector produtivo foram as grandes companhias como a Madal, a Companhia da Zambezia, Boror, Minas de Marropino,  Cha Tacuane, Emocha no Gurue, A Companhia Chazeira de  Socone, a Facoza, Sococo, Geralco, Acucar no Luabo, Algodao, Tabaco, Milho, Feijoes em Morrumbala, Molocue, Ile,  e muitas outras que empregavam os zambezianos de diferentes distritos e localidades, assim como, produziam para o nosso consumo interno e para a exportacao. Quando estas companhias existiam e funcionavam em pleno, a Zambézia tornou-se uma província de referência e libertou a nossa juventude da amargura do desemprego. A fonte de rendimento que provinha daquelas companhias assegurou o fácil acesso a educação, a saúde, comercio, transporte e muito mais. Os rendimentos da copra elevaram a renda de muitas das famílias moçambicanas e principalmente dos zambezianos. Os zambezianos com auto estima deverão votar no Movimento Democrático de Moçambique, MDM e no seu candidato para acabar de uma vez por todas com a exclusão politica, económica e social a que foram sujeitos durante os últimos 39 anos! Ema exclusao injusta, e criminosa do processo de desenvolvimento nacional. O Plano Perspectivo Indicativo, o Programa de Reabilitação Económica e Social e o Programa de Acção para Redução da Pobreza Absoluta, foram políticas mal concebidas que não estiveram orientadas para o bem-estar dos zambezianos. Por isso, o desempenho económico da província baixou chegando a ser negativo em 2000 (-7.1). Com uma ligeira recuperação, a Zambézia mantém com níveis de desempenho económico abaixo dos registados nos anos 70. Ou seja desde 1975 nunca mais voltamos a ser Zambezia!    
  8. Oitavo, o Movimento Democrático de Moçambique, MDM e o seu candidato, em curto espaço de tempo mostraram um sentido patriótico e de responsabilidade bastante elevado. Nos municípios onde este grupo de actores dirige, nomeadamente Beira, Quelimane, Nampula e Gurue recuperaram os estágios letárgicos da pobreza que lá se ia instalando de forma impiedosa. Por isso, temos também a província da Zambézia como o sangue que circula pelas nossas veias e nos faz acreditar que merecemos muito mais do que aquilo que nos beneficiamos de forma miserável. Salários, pensões e outros gastos que não foram pagos durante mais de três décadas foram compensados em menos tempo. Infra-estruturas que estavam adormecidas foram construídas e reabilitadas em menos tempo. A esperança e o desejo de viver foram recuperados em menos tempo.  Quelimane que era considerada como a capital dos buracos em Moçambique, tem hoje as melhores estradas do pais, Quelimane que era a capital da imundice chegando ao ponto de o Concelho Municipal se dedicar a compra de ratos, e hoje das cidades mais limpas, com uma frota invejável de meios circulantes para o saneamento e limpeza da cidade, com novos silos para o deposito e recolha de lixo! Quelimane que não via o cintilar dos semaforos há mais de 25 anos, hoje exibe sinais de transito quer  horizontais quer verticais nas suas largas e esbeltas ruas rumo aos bons sinais! Gurue, a Suica de Africa, hoje e um tapete verde, com suas ruas reabilitadas, semáforos reluzentes e num breve próximo a agua jorara nas torneiras de todos os munícipes!
  9. Nono, durante 39 anos a juventude deste Moçambique, e principalmente a juventude desta nossa província da Zambézia e do nosso municipio foi lhe negada o acesso a riqueza. A nossa Zambézia ­foi internacionalmente reconhecida como a província mais rica do país do ponto de vista agro pecuário e não so. Num mundo subnutrido e com bolsas de fome,  esperava-se que esta riqueza se convertesse em prol dos habitantes desta província,  deste país e quica do mundo. Com politicas serias na área da agricultura, o Professor Bingu wa Mutharika transformou a agricultura no Malawi, passando a ser o celeiro da região! Os verdejantes vales do Gurue, Milange, Namarroi, Gile, Lugela, Morrumbala, Alto Molocue e Ile sao autenticas reservas alimentares! Para nao falarmos das planicies de Chinde, Mopeia, Namacurra, Nicoadala, Quelimane, Maganja da Costa, Mocuba e Pebane! Não nos consolamos quando sabemos que a nossa madeira esta sendo delapidada por um grupo de pessoas malfeitoras, irresponsáveis e as nossas crianças estudam ao relento sem carteiras, sem cadeiras, sem janelas  e sem tecto! Estas pessoas irresponsáveis delapidaram a nossa madeira  colocando em causa o nosso ecossistema e o desenvolvimento para as futuras gerações. Para além de sermos o celeiro do país, somos o reservatório de enormes recursos minerais, por isso, nada justifica que hoje sejamos uma província sem estradas, sem pontes, com limitada rede de abastecimento de água e de unidades sanitárias. Eles quiseram e fizeram com que hoje, a Zambézia fosse a província mais pobre. Entretanto, somos um provincia com potencialidades humanas, agro pecuárias, piscatórias, turísticas e minerais.
  10. Decimo, o subsolo desta província e rico em recursos minerais como o ferro, carvão, areias pesadas, platina, petróleo e gás natural. Por isso, no dia 15 de Outubro temos uma soberana oportunidade para mudar e dar um rumo diferente aos destinos do país e da nossa província. No potencial de riqueza que a nossa província tem e empresta ao país, não justifica os níveis elevados de pobreza e tristeza que vimos na cara dos nossos compatriotas.
Foi com base nestes elementos que, durante a nossa campanha eleitoral projectamos o nosso slogan, no qual Moçambique deve ser um espaço para todos, incluindo os zambezianos se queremos preservar a unidade nacional e a paz!. Queremos desconstruir a imagem de um país com uma lógica de desenvolvimento invertida e injusta. Queremos hoje dia da PAZ, desconstruir o edifício de um país construído para favorecer uma elite minoritária e relegar a pobreza para uma grande maioria dos seus habitantes. Queremos com o nosso programa desconstruir a visão errónea de que o campo ­­­e o nosso espaço da pobreza, porque lá, depois de 39 anos de governação falta a água potável, faltam as vias de acesso, faltam as unidades sanitárias que oferecem cuidados de saúde e sistemas de educação de melhor qualidade. Quando dissemos, durante a nossa campanha, que Moçambique deve ser um espaço pertencente a todos, estamos dizendo que não faz sentido que o campo, os principais centros de desenvolvimento deste país continuem vivendo níveis elevadíssimos de pobreza, da miséria, do desespero. Quando dissemos que queremos construir um Moçambique para todos, pretendemos que o campo, as zonas rurais, não devem sobreviver dos espaços urbanos. Se é no campo onde vem a fonte do desenvolvimento deste país: a Madeira, o Petróleo, o Gás, o milho, o amendoim, a gergelim, a mandioca, a carne, o leite, o peixe. Todos estes produtos são produzidos no campo, entretanto, este campo contínua dependente dos centros urbanos para o acesso aos serviços básicos na saúde, educação, transpores e muito mais. É no campo onde estão as maiores epidemias do país. É no espaço rural onde estão os índices mais elevados da malária, da cólera, da disenteria, do dengue. Por consequência, é no campo onde estão concentradas as taxas mais elevadas da mortalidade infantil e onde a esperança e das mais baixas. Por isso, as nossas campanhas tinham como enfoque os postos administrativos, as localidades, as aldeias la onde o nosso povo vive e não há pistas de aviacao para os milionários aviões pousarem em tempo de campanha!. Apartir daqueles níveis, entramos em contacto com os moçambicanos que nos transmitiram de viva voz a esperança de um Moçambique melhor.   
Um Moçambique para todos só pode ser construído através do equilíbrio entre os espaços urbanos e rurais. Um espaço urbano com características como as que o MDM esta proporcionando na Beira, Quelimane, Nampula e Gurue. Queremos que tanto o campo como as cidades sejam atractivos ao investimento nacional, regional e internacional! Queremos que estes pólos sejam vistos como vasos comunicantes e facilmente acessíveis para todos. Queremos criar não so melhor ambiente de negocio, mas também melhor ambiente de mercado! Queremos que os jovens das cidades, e do campo, os jovens do espaço rural e do espaco urbano, tenham todas oportunidades de emprego. Entendemos que o assunto de emprego ­e uma questão de Direitos Humanos. A nossa juventude, a partir dos 18 anos deve ter acesso ao emprego. Isto não deve ser visto como um sonho nem uma miragem. Faremos com que o acesso ao emprego deixe de ser discurso e passe a ser uma realidade. Os nossos jovens não devem viver um mundo de desespero porque lhes falta o mínimo das condições de sobrevivência.
Estas razoes justificam porque deveremos votar todos no Movimento Democrático de Moçambique e no seu candidato, o Engenheiro Daviz Mbepo Simango. Neste momento, precisamos da coragem da nossa juventude para carimbarmos a mudança rumo a PAZ, Prosperidade e que Moçambique seja verdadeiramente um pa­is onde os seus recursos são equitativamente partilhados por todos e onde ha oportunidades para todos.

Prezados irmaos e irmas,
Meus pais e minhas maes
Caros municipes de Quelimane: empunhando armas, nas décadas 60 e 70, os nossos pais lutaram e libertaram o nosso pais do jugo colonial, proclamando a independencia nacional que visava libertar a terra e os homens. Nas décadas 80 e 90 de armas em punho os nossos tios defenderam de forma heroica a soberania nacional e trouxeram a demoracia. A nossa missão, hoje, e  usando o nosso voto, a ciência e a tecnologia trazer a PAZ, o bem estar e desenvolvimento para todos!
Bem haja o Dia 4 de Outubro! Bem Haja o dia da PAZ!
Elabo edji djaani? Djeewu! Onthonga baani? Onthonga diiyo! (3X)
Dinoutamaalelani abaalaga!
Manuel de Araújo,
Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane Moçambique.
Praca da Paz, Quelimane aos 4 de Outubro de 2014

Tuesday 24 June 2014

Mensagem do Presidente do Concelho Municipal de Quelimane por Ocasiao da Celebracao dos 39 anos da Proclamacao da Independencia Nacional

CONSELHO MUNICIPAL DA CIDADE DE QUELIMANE
Gabinete do Presidente



Caras Munícipes da Cidade de Quelimane,
Caros Munícipes da Cidade de Quelimane,
Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, Irmãos, amigos, moçambicanos e moçambicanas residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane, da Zambezia, de Mocambique e do Mundo! 
Não nos é possível falar do dia 25 de Junho, sem antes recordarmos o processo que conduziu a esta data. Por isso, meus irmãos, deixem-me dizer que o processo de libertação desta pátria, tinha como objectivo aglutinar todas as camadas da sociedade moçambicana num mesmo ideal de liberdade, unidade, justiça e progresso, cujo escopo era libertar a terra e o Homem. Por isso, em 1975, quando os moçambicanos celebravam a independência nacional todos esperavam ver devolvidos para si os direitos e as liberdades fundamentais que o processo histórico anterior não os tinha conseguido dar. Foi assim que os moçambicanos esperavam que a independência nacional fosse uma oportunidade para eliminar as estruturas de opressão e exploração colonial; estender o poder popular democrático para todos; edificar a economia independente, promover o progresso cultural e social; consolidar e defender a independência e a unidade nacional; e estabelecer relações de amizade e cooperação com outros povos e Estados.

Por causa daqueles sublimes propósitos consagrados no contexto da independência nacional, queremos hoje, como Munícipes da Cidade de Quelimane, Moçambicanos deste País transmitir o nosso mais elevado sentido de agradecimento a todos aqueles quelimanenses, zambezianos e moçambicanos que nos anos 60 e 70 tiveram a aguerrida coragem de lutar para que este País ficasse independente da dominação colonial. Agradecemos de forma modesta e humilde a todos aqueles que directa e indiretamente abdicaram da sua juventude e ofereceram as suas vidas na esperança de que as actuais gerações viveriam num ambiente político onde gozariam de liberdade e se beneficiariam de forma justa dos processos de distribuição da renda. Estendemos o nosso agradecimento e partilhamo-lo com aos povos e países irmãos que logo na primeira hora prestaram seu apoio incondicional ao processo, a logística, as estratégias e o abnegado apoio financeiros alocados para luta de libertação da Pátria e dos moçambicanos.   
Apesar dos agradecimentos que endereçamos àqueles que contribuíram para a independência deste País, importa recordar que os 39 anos da independência deste país foram brutalmente fustigados por um conjunto de desafios que colocaram os moçambicanos na contramão dos objectivos da independência. Por isso, achamos que a melhor maneira de celebrarmos a passagem de 39 anos da independência seria contemplarmos de forma colectiva e procurarmos perceber, em que medida, a independência alcançada em 1975, a elite política dirigente que esteve na direção do País conseguiu eliminar verdadeiramente as estruturas da opressão, da exploração, da corrupção, do desemprego e do nepotismo.
Ao celebrarmos esta data precisamos de fazer uma radiografia bastante profunda para procurarmos perceber o real significado dos 39 da independência nacional. Infelizmente a radiografia apresentada nos relatórios nacionais e internacionais revelam que os índices de pobreza no país são bastante elevados. Celebramos os 39 anos da independência num contexto em que mais de 60% dos habitantes vivem abaixo da linha de pobreza absoluta. Mais de 91,5% da população não tem acesso a água potável, a corrente eléctrica e a renda e baixa. Celebramos 39 anos da nossa independência num contexto em que a taxa de analfabetismo da população com mais de 15 anos de idade situa-se na ordem dos 70,5%. Sobre estes dados gostaríamos de recordar que muito recentemente foram apresentados dados de uma pesquisa sobre as condições de vida das crianças ao nascer. Entretanto, de acordo com os resultados da pesquisa, Moçambique está entre os piores países onde uma crian­ça pode (ter o azar de) nascer. A taxa de mortalidade infantil é de 153 por 1000 bebés ao nascerem. O trágico relatório que mencionamos indica que em Moçambique a mortalidade em crianças menores de cinco anos é de 89,7 em cada 1000 nados vivos. Estes números levantam vários questionamentos sobre os desafios que o pais enfrenta 39 anos depois da proclamacao da nossa independencia.

Precisamos de questionar, se a independência alcançada à 39 anos não terá simplesmente mantido as relações de opressão e de dominação, que desta vez passaram a ser praticados por uma elite política nacional que teve o privilégio participar e de liderar o processo da libertação do País. Será que depois da independência foi possível estender e reforçar efectivamente o poder popular democrático para os municípios e distritos do País? Numa dimensão das políticas sociais questionamos, se a independência assegurou a maioria dos cidadãos moçambicanos o acesso da água potável, o acesso à rede escolar e hospitalar, o acesso facilitado dos transportes, o acesso a terra. Terá mesmo a independência conseguida aumentar a quantidade e qualidade de calorias que cada moçambicano consome e que consequentemente implicaria o aumento dos anos de vida de cada um de nós? Decorridos mais de 39 anos da independência nacional, que factores justificam o actual estágio letárgico da independência em que o País se encontra? 

Paises ha que depois de 40 anos do alcance da independencia nacional lograram feitos qualitativamente maiores que o nosso, estamos a falar dos tigres asiaticos – A Singapura (que tivemos oportunidade de visitar recentemente), o Taiwan, a Coreia do Sul, e digamos Hong Kong. Mas tambem aqui no nosso continente paises ha que conseguiram dar passos gigantescos nao so na producao e acumulacao da riqueza mas tambem na reducao e combate a pobreza. Estamos a falar de paises como o Botswana, Mauricias, Ruanda, Ghana e outros. A pergunta obvia que sobressai e: qual foi a varrinha magica que esses paises usaram e que nos nao soubemos capitalizar? Que modelos, que estrategias de desenvolvimento economico usaram? Por que caminhos trilharam? E mais o que e que podemos aprender deles?
Se tentarmos responder a este questionamento, não teremos dúvida ao afirmar que factores internos, regionais e globais influenciaram sobremaneira a nossa trajectoria nos ultimos 39 anos. Mais concretamente a fraca compreensão da linha de orientação política e económica que o País adoptou em 1977, o socialismo, comprometeu o nosso desenvolvimento e desestruturou a sociedade que almejávamos construir quando alcançamos a independência. A corrupção que tinha iniciado no tempo das cooperativas de consumo e das lojas do povo; a prática da tortura, da violência e intolerancia que se tinha institucionalizado na constituição e materializado nos mais violentos campos de concentração; a ineficaz e macéfala construção do Estado, fortemente dimensionado ao nível central e fraco ou mesmo inexistente ao nível local; a falta de compromisso da elite política com relação a um projecto de desenvolvimento justo e equilibrado do país influenciou negativamente o estágio negativo de desenvolvimento em que o país se encontra atualmente. Factores conjunturais regionais como o Apartheid e globais como a guerra fria, encontraram terreno fertil no nosso pais para interferir e aliar aos factores internos que retardaram o nosso crescimento como nacao.
A resistência de certa elite política nacional em aceitar e acolher a necessidade de uma transição mais pacífica e efetuar uma ruptura definitiva com as práticas nocivas das estruturas daquele modelo nocivo de governação, poderá retardar para mais tempo, o almejado desenvolvimento procurados, nos últimos 39 anos, pelos moçambicanos. 

Caras Munícipes da Cidade de Quelimane,
Caros Munícipes da Cidade de Quelimane,
Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, Irmãos, amigos, moçambicanos e moçambicanas residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane, 

Ao celebrarmos os 39 anos da independência deste País não poderemos deixar de recordar momentos de tristeza, de tumultos, da fome colectiva, da pena de morte, dos centros de reeducação, da mortalidade infantil, da má nutrição, de uma qualidade de vida cada vez mais degradante e índices da pobreza que crescem cada vez mais de forma logarítmica e exponencial. Em outras palavras, para os moçambicanos, para os munícipes da Cidade de Quelimane, a história da independência, ao trazer a liberdade para uns, negou-a a outros, ao trazer a independencia para uns, negou-a a tantos outros, criando desta forma no pais mocambicanos da primeira, mocambicanos da segunda e mocambicanos da terceira, dando a uns o que retiravam a outros, ! negou-os a existência digna e condigna como seres humanos! Esta situação degradante, a que estivemos sujeitos, derivou da direcção política e económica pensada e implementada de forma desajustada da realidade nacional. Por causa dela, os moçambicanos foram empurrados a um terreno lamacento, desconfortável e penoso. É neste terreno abominável onde, mais do que nunca, somos hoje um povo altamente endividado, o que não nos confere a dignidade, que merecemos no concerto das nações. Por causa destes males e dos erros na orientação política e económica, Moçambique transporta uma dívida de aproximadamente 5 bilhões de dólares, o que não justifica o estágio letárgico da pobreza em que a maior parte dos moçambicanos, hoje se encontram subordinados.
Hoje aos Munícipes da Cidade de Quelimane e aos moçambicanos, adjudica-se a difícil tarefa de justificar como e porque, os piores males da sua história, só para citar alguns: a) a ansiedade desesperada da actual elite política que pretende reinstalar modelos de administração do Estado autoritário para, de forma saudosa, voltar a privar as liberdades políticas e económicas dos moçambicanos; b) a crescente onda de desemprego, empobrecimento e desespero na quais milhares de moçambicanos estão sujeitos a viver num País de contrastes no qual uma pequena elite acumula de forma indisciplinada e egoísta a riqueza nacional, sem que existam políticas sociais que assegurem a justeza no processo de distribuição da renda; c) a violencia politica e eleitoral que resultou nas mortes bárbaras e brutais do músico Maxi Love, do jornalista Carlos Cardoso e do economista Siba-Siba Macuacua, cuja justiça ainda se revela inoperante para julgar os culpados e a culpa corre o risco de morrer solteira; d) as agressões públicas que têm sido praticadas pelas nossas Forças de Defesa e Segurança, contra os antigos trabalhadores moçambicanos na República Democrática da Alemanha e os desmobilizados de guerra; são de entre muitos outros sinais reveladores de que os 39 anos da independência foram e continuam sendo profundamente marcados por profundas chagas que só a próxima geração de líderes poderá sara-las!
Sobre estes sorumbáticos desafios do processo da moçambicanidade, precisamos reafirmar que os anos da independência deste país constituíam um período de ocasiões perdidas e da nossa condenação. Durante 39 anos fomos, assim, condenados a pobreza, a ignorância, ao comunismo, a pena de morte, a mortalidade infantil, a fome, ao desemprego, e muitos outros males perversos e sinistros efeitos das opções políticas, económicas e da governação. Ao celebrarmos os 39 anos da nossa independência os moçambicanos precisam exigir deste governo o preco dos anos perdidos pela ma gestao e ma governacao. Ha vários elementos da nossa história e do nosso processo de desenvolvimento que ainda permanecem em aberto. A título de exemplo, os moçambicanos precisam de exigir deste governo as explicações definitivas sobre os contornos que levaram a morte do seu primeiro presidente no período pós-independência. Os moçambicanos precisam de saber porque somente uma pequena elite do país consegue acumular de forma desenfreada e uma maioria continua submersa num profundo manto de pobreza. Estará a nossa elite política tentando dizer que os moçambicanos que vivem abaixo do nível da pobreza são preguiçosos e a elite política que se enriquece é a mais corrupta? Os moçambicanos precisam de saber nesta data, por que motivo o seu país é beliscado nos relatórios internacionais onde constamos na lista dos países mais corruptos do mundo, violadores das liberdades políticas e dos direitos humanos? Para além destas questões, ao celebrarmos os 39 anos da nossa independência, os moçambicanos precisam de saber contornos clandestinos e não transparentes ligados ao caso EMATUM, para que de forma transparente os parcos recursos provenientes das mais valias passem a ser geridos.


Caras Munícipes da Cidade de Quelimane,
Caros Munícipes da Cidade de Quelimane,
Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, Irmãos, amigos, moçambicanos e moçambicanas residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane, 
Através desta mensagem, temos mais uma oportunidade de transmitir aos moçambicanos, aos munícipes da cidade de Quelimane que temos a obrigação de juntos sairmos da contramão e procurarmos caminhos alternativos ao desenvolvimento, ao crescimento, ao emprego, à justiça social e a equidade na distribuição e acesso aos recursos. Os Municípios das Cidades da Beira, Quelimane, Nampula e Gurué através de um Movimento melhor estruturado e determinado nos propósitos do País, deram sinais precisos de mudanças na direcção certa. Os resultados de tais mudanças são cada vez mais animadores e encorajadores. Por isso, ao celebrarmos os 39 anos da independência, a nossa geração é convidada a pensar e repensar nas formas de participar na elaboração de um futuro diferente, do presente que nos é dado a viver e a observar.
Para isto precisamos compreender que a nossa moçambicanidade é avaliada pelo desafio árduo da nossa capacidade de superar o passado impregnado no sofrimento manchado pela tortura, matança, pela pobreza, pelo desemprego, pela ganância e pelos desequilíbrios que levam a exclusão de certos grupos sociais, económico e culturais do acesso aos recursos públicos. O projecto independentista lançado pelos combatentes de 1975 e que transportava o conceito da moçambicanidade só seria avaliado pela capacidade que, como Munícipes da Cidade de Quelimane, como moçambicanos deste País, teríamos de perdoarmos, e nos reconciliarmos pelos deslizes cometidos e sofridos, no passado e no presente. A nossa moçambicanidade e os 39 anos da nossa independência devem ser avaliados, sobretudo pela nossa determinação de darmos as mãos e juntos construirmos um futuro comum, desenhado e contido numa agenda colectiva que não deve ser hipotecada por nenhum partido político, nenhum actor político, económico e/ou social e muito menos por nenhum grupo étnico nem tribal. Verificamos com tristeza que existe no mercado político um produto falacioso de que o futuro deste país depende de um único partido político. Desaprovamos com veemência este tipo de pensamento que nos parece tinhoso, deselegante, desairoso e desonesto! Por isso, quando assumimos a liderança tanto em Quelimane, Beira, Nampula e Gurué, mudamos o paradigma tradicional que lá se tinha instalado durante mais de três dezenas de anos e apelamos para um novo pacto político onde aquelas regiões do país deveriam ser o espaço para todos. Dai o nosso slogan: queremos um Moçambique para Todos. Recordamos que com este slogan queremos e estamos mostrando que o futuro de Moçambique depende do nosso nível de coesão, de solidariedade, de confiança recíproca e de um novo pacto político e social que deveremos construir e consolidar a partir de 15 de Outubro deste ano.
Caras Munícipes da Cidade de Quelimane, Caros Munícipes da Cidade de Quelimane,
Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, Irmãos, amigos, moçambicanos e moçambicanas residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane, 
Celebramos os 39 anos da independência num contexto em que o país vive momentos tristes de tensão política que para além de ceifar vidas humanas compromete os progressos económicos que se tinham alcançado depois da assinatura dos Acordos gerais de Paz. Hoje reiteramos mais uma vez que os caminhos da procura da paz exigem estratégias, metodologias apropriadas cuja intermediação, se torna uma plataforma ou instrumento a valorizar. As estratégias irresponsáveis e inconsistentes adoptadas para arrastar o diálogo entre as partes envolvidas, e dali retira-lo o mérito e a validade; a fraca abertura das partes para dialogarem com honestidade, clareza, humildade só servirão para descredibilizar os resultados alcançados nos últimos 21 anos da paz em Moçambique e colocar na encruzilhada o sonho, a esperança deste povo que quer se reerguer. É nestes termos que mais uma vez, fazemos um apelo a todas organizações da sociedade civil, as lideranças das diversas confissões religiosas, aos filósofos, aos parceiros do processo de desenvolvimento, a SADC, a Uniao Africana (UA), as Nacoes Unidas, aos académicose intelectuais, aos operarios e camponeses, aos jornalistas, aos funcionarios publicos e das ONG’s, as confissoes religiosas para que de forma neutral, isenta e imbuídos da sabedoria platónica se desdobrem em busca da paz e da estabilidade política que tende a voar, e pode desaparecer! É nos fundamentos da justiça social, da equidade na distribuição de recursos, na redução dos fossos de desigualdade entre pobres e ricos, na abertura, no diálogo fraterno e honesto, onde deveremos procurar e encontrar os fundamentos da paz que os moçambicanos não querem nunca mais deixar e muito menos ver a voar. Combinamos estes apelos com o reconhecimento colectivo da importância da unidade da família moçambicana.
Os Munícipes da Cidade de Quelimane, os Moçambicanos, devem redefinir o pacto político e social, que até ao momento, revelou-se frágil, inapropriado e não ofereceu aos moçambicanos o volume de confiança, o perímetro da eficiência e da eficácia das liberdades políticas e sociais, de que os moçambicanos têm de usufruir como um direito inalienável. É importante reconhecer que, a guerra, a arrogância, a corrupção, a intolerância, a brutalidade e a ganância, comprometem a esperança e a expectativa que os moçambicanos desenharam no contexto da independência nacional. Por isso, o antídoto recomendado para curar a patologia político militar que o País enfrenta só pode ser encontrado nas políticas económicas e sociais que podem colocar todos moçambicanos no centro da agenda. Tais antídotos devem garantir a equidade na distribuição e acesso colectivo dos recursos deste País. Uma boa administração deste antídoto (formulação, aprovação e implementação de políticas sociais e económicas justas) ajudarão a sarar, de forma sustentável, as feridas profundas que constituem factores de tensão política que, de forma arriscada confronta os moçambicanos.
Por isso, reafirmamos que Moçambique precisa de uma política social justa que não favoreça, unicamente, àqueles que estão situados mais próximos do raio do poder; que não satisfaça uma elite política minoritária que detém forte apoio dos militares e da polícia; mas sim, que favoreça os que dedicam as suas energias em prol do bem-estar colectivo. Tudo isto pode, e deve ser possível, desde que os moçambicanos, juntos, com humildade, sabedoria e inteligência, procurem e encontrem os caminhos efectivos da paz e da estabilidade do País. Dai, realçamos a importância da ampliação do campo político e económico assegurado com o envolvimento activo das organizações da sociedade civil, das lideranças religiosas, dos académicos. Assim, todos teremos um papel importante a jogar no processo de construção da paz e da moçambicanidade que os 39 anos da nossa independência, pensou-se ser responsabilidade, propriedade e monopólio ganancioso de um grupo minoritário, que não conseguiu oferecer, na plenitude o mínimo das liberdades e da independência, que ainda continua sendo tanto procurada pelos moçambicanos!  A paz e possivel! A paz e urgente! Nao a guerra e sim a paz de todos, com todos e para todos!
Manuel de Araujo,

Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane