Para quando um Plano Marshall para a Zambezia? Tres pontos para Carlos Agostinho do Rosario no seu regresso a 'Casa'!
No
nosso artigo da semana passada, pediamos accao energica e flexibilidade
ao novo governo no que se refere as calamidades naturais que afectam a
provincia da Zambezia! Pediamos, inter alia, que o Novo Primeiro
Ministro, visitasse urgentemente a zona para, in loco, verificar as
condicoes no terreno, o que lhe permitiria ajuizar os desafios no
terreno e o tomar de posicoes face a enormidade da catastrofe! Pedimos
muito, e verdade, inclusive que a primeira reuniao do Conselho de
ministro fosse em Mocuba, mas como se sabe, em 'tecnicas de negociacao',
os pontos de partida devem ser ou estar um pouco acima do realmente
desejado ou esperado, por forma a que se consiga o que se quer!
Do
ponto de vista de resposta institucional, ficamos bastante
sensibilizados, quando nos demos conta de que o Primeiro Ministro, nao
esperou por protocolos para por maos no terreno! Arregacou as mangas e
la veio a Quelimane, mesmo sabendo que a provincia ainda nao tenha
Governador! E mais, mesmo sabendo que tanto o Cessante, como o Novo
Governador, bem como a Ministra da Administracao Estatal e Funcao
Publica, na sua qualidade de mandaratia do Chefe do Estado chegariam no
mesmo dia! O Primeiro Ministro, de forma pragmatica 'arranjou' formas de
ca vir, antecipando-se em hora e meia a chegada do Governador e da
Mandataria! Esta atitude e por nos saudada, pois como afirmaramos no
artigo anterior quando estao em causa vidas, as regras protocolares
cedem a sua primazia para dar lugar ao pragmatismo! Foi por isso que
fizemos vista grossa a grave falha protocolar da Secretaria Permanente
da Provincia da Zambezia, que no vazio do poder, entre a exoneracao do
Governador Verissimo e a tomada de posse de Razak, nao soube coordenar
pragmatismo e protocolo, tendo-se 'esquecido' de informar as autoridades
competentes para a cerimonia de recepcao do Primeiro Ministro na sua
primeira visita oficial depois da tomada de posse a uma provincia! Uma
omissao protocolar grave do lado da Secretaria Permanente, se tivermos
em conta nao so que (1) Carlos Agostinho do Rosario desempenhava ate a
pouco a funcao de Embaixador Extraordinario e Plenipotenciario de
Mocambique em varios paises asiatico, onde o protocolo e seguido a
risca, como tambem se tivermos em conta o discurso do Chefe de Estado na
Cerimonia de Tomada de Posse, onde apelava a inclusao e competencia ! E
que esta omissao protocolar poderia ter manchado a primeira visita do
Primeiro Ministro e usada como mais uma prova da dissonancia entre o
discurso de Nyussi e a Practica! Felizmente, a simplicidade e
informalidade de Carlos Agostinho do Rosario resolveu o problema, mas ca
fica o aviso a navegacao: funcionarios nao preparados podem manchar a
imagem dos superiores hierarquicos pois em politica nem sempre contam os
factos mas sim as percepcoes sobre os factos! A mulher de Cesar nao
basta que seja fiel, deve parece-lo!
Como
pediramos no nosso artigo, ficamos sensibilizados e quica satisfeitos
com o numero de ministros que se deslocaram a Zambezia, para in loco
verificar a situacao no terreno, nomeadamente a (1) Ministra da
Administracao Estatal e Funcao Publica, a (2) Ministra da Saude, (3) o
Ministro das Obras Publicas e Gestao Hidrica! A grande omissao foi a
ausencia dos ministros da Industria e Comercio e da Accao Social,
Criancas e Genero, que a nosso ver, deveriam ca ter estado, nao so (no
primeiro caso) para solidarizar-se com os empresarios da regiao e com
eles discutir ideias praticas para minimizar o impacto da crise na
actividade economica como a possivel reducao do preco do combustivel, e
no caso da ministra do Genero, Criancas e Accao Social, para verificar o
impacto da crise nas criancas, mulheres, idosos! E que senhora
ministra, se nao sabia, fique sabendo que a provincia da Zambezia e
aquela que tem os maiores indices de mortalidade infantil,
materno-infantil e juvenil-infantil no pais! Ou seja e aquela provincia
onde mais se morre (tirando Cabo Delgado e Manica)! E sendo a segunda
provincia mais populosa do pais, esta crise se nao for bem gerida podera
afectar a performance de Mocambique nos Millennium Development Goals!
Satisfez-nos
a visita de Carlos Agostinho de Rosario que no seu pragmatismo e
simplicidade caracteristicos 'conseguiu inventar' tempo para auscultar
uma parte importante da 'Opiniao Publica Zambeziana' sobre aspectos
sensiveis da Zambezia, que ele bem conhece e do pais! Alias aqui na
Zambezia nos cantamos sempre, os nossos Verdes Campos', o Hino do
saudoso Conjunto Primeiro de Maio que inter alia lembra-nos que : 'E
preciso auscultar, aquele que vai, realizar! Mas afinal, e o proprio
povo, quem vai realizar, e o proprio povo, que ai se encontra o segredo
do povo'!
O
unico senao nesta visita, foi o de nao ter aproveitado a ocasiao para
cumprimentar o Lider da Oposicao, que se encontrava na cidade de
Quelimane! Esta ousadia, quebraria o gelo, criando condicoes
favoraveis para as negociacoes em curso! Em politica, nao basta
sabedoria, simplicidade, e necessaria alguma astucia e coragem para
fazer coisas que nao estao no 'Menu'! Para ja vao tres pontos para
Carlos Agostinho do Rosario!
Somados
os pontos, aguardamos por uma accao energica porque de facto, a espinha
dorsal da Zambezia esta quebrada! Aquilo que a guerra nao conseguiu
fazer em 1986, 87, 88 a natureza responsabilizou-se de o fazer -dividir o
pais pela Zambezia, com os impactos ja a vista! Se os ultimos 39 anos
transformaram a Zambezia da maior economia provincial do pais para a
mais empobrecida, as chuvas conseguiram aquilo que ate aqui nenhum
exercito conseguira fazer, esquartejar e por em coma a economia da
Zambezia! Nas condicoes actuais, nao se pode sair da Zona Sul para a
zona centro da Zambezia, nem da zona centro para a zona norte (com cinco
cortes na EN1 (dois cortes no rio Licunco, um corte no Rio Namilate
perto da famigerada zona de Morrotone, outro no Rio Nivo e assim por
diante entre Mocuba e Nampevo! Nao se pode sair do Ile a Gurue e nem de
Milange a Gurue! Nao se pode sair de Gurue a Cuamba! E muito menos de
Quelimane a Maganja ou Macuse! Nao se pode sair de Mopeia a Luabo! E nem
se pode sai de Ile a Lugela! A economia da Zambezia se ja estava de
joelhos, agora esta literalmente em coma! E para ressuscita-la
precisamos de UM Plano Marshall para a recuperacao do tecido economico e
social, das infrastruturas e dos empresarios(foi o plano que os EUA
implementarao para a recuperacao da Europa depois da Segunda Guerra
Mundial) sem este plano, a recuperacao da Economia Zambezia continuara a
ser uma miragem, fazendo com que milhares de zambezianos e nao so
continuem a vegetar nos mercados de Macurungo, Goto, ou Estrela
Vermelha! Alias sendo a provincia que mais sofreu pelos efeitos da
Guerra dos 16 anos, esse Palno Marshall esta no minimo atrasado 23 anos!
E para comecar, uma vez que o preco do barril do petroleo no mercado
internacional baixou de mais de cem dolares para menos de cinquenta,
sugiro uma reducao no preco do combustivel, senao para o pais inteiro,
pelo menos numa fase experimental, para as zonas centro e Norte do pais
que estao ha tres semanas as escuras!
Tuesday, 27 January 2015
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